quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Humildade.

Aos que ainda não tiveram o prazer de ler Cora, deliciem-se.
Os que já conhecem também relerão com prazer.




Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
(Cora Coralina)

5 comentários:

  1. Linda! Linda Cora Coralina...achei aquela revista ambiental só falando da Cora...linda linda!!! Lembrei da gente no CCBB...te amo!

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  2. Eu ainda não a conhecia. E achei, além de bastante pé no chão, muito singela; e a figura que ilustra o poema ajuda neste sentido.
    Se humildade for o título, não há palavra melhor. Se não for, não há que fazer falta, pois o texto todo remete a esta ideia. Engraçado que vim aqui numa hora em precisava desse leve tapa sem mão...

    Muitagradecido XD

    Abraço.

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  3. li pouco dela, mas já ouvi falar muito. Como bem disse o meu amigo André, o poema é maravilhoso e alcança a nossa alma, trazendo simplicidade! Obrigado 2!!!

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  4. Nas noites silenciosas
    leio as páginas estreladas da noite
    entre imagens desadormecidas da infancia.

    Amei seu Blog.
    Aondê Airequecê

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