segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Auto-retrato".



Hoje,
Essa tela em branco me dá calafrios...
Outrora, era criativa
Escrevia sobre a Lua, sobre o Solstício,
Escrevia livremente sobre a magia.
Agora, tudo mudara.
Aquela liberdade, aquela intensidade se foi.
Deixaram em seu lugar uma mulher.
Uma mulher que queria ser mais madura e discreta.
Uma mulher que não se revelava para todos.
Cheia de mistérios e devaneios
Que cria serem melhor mantidos em segredo.
A essência, no entanto era a mesma:
Gargalhadas altas exaltando a espontaneidade
Olhos observadores, sempre atentos a cada momento.
A verdade é que, por vezes, me via farta de mim mesma.
Das minhas falhas, dos meus impulsos.
Mas no final eram eles me sustentavam
E também eram parte daquela menina
Que existira em mim um dia
Que ora me abandonava
Ora me trazia vida.
(Natalia B. in "Self-portrait")

4 comentários:

  1. Uma doce poesia que, de alguma forma, replica a essência da menina-mulher que a escreve, misturando a essência de quem quer revelar com a do medo de expor. É linda, porque sem querer, ou nem tão sem querer assim, você fez do núcleo da poesia uma metalinguagem para entrar na sua alma. Parabéns! Gostei muito! Insto a que você siga esse caminho de sensibilidade, rumo a tudo o que for você e, puramente, você!

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  2. Que bom que você gostou João, é uma honra, vc sabe que sou fã dos seus escritos! Apareça sempre, seus comentários sempre arrancam-me um sorriso :))

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  3. Bom, particularmente, eu gostei. Sua habilidade de se expressar através da escrita é perfeita, e eu já disse que admiro muito quem escreve poesia. Não deixe a menina morrer, viu?

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  4. Tá bom Bruno, fico devendo um texto da menina, mas ela escrevia demais, assim como falava demais! Será que não dá prá deixar meu ascendente escorpião deixar um mistério no ar, rsrs? Vou tentar encontrar um equilíbrio, prometo.

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