terça-feira, 28 de outubro de 2014

Um grito seco.


"Sou apenas uma mulher:
Importunada, perseguida, humilhada.
Mal vista, julgada, ceifada...

Sou apenas uma mulher:
Violada, maltratada,
Vista como patrimônio público, assediada...
E quando reajo sou louca, alucinada, surtada!

Sou vaca, vadia, piranha, perdida...
Confusa, menor, pior,
Oportunista, interesseira, fraca,
Frágil, chorosa, sufocada:
Apenas por ser mulher".
(Natalia B.)

"As cartas que eu não mando..."



"Procurava pensar
Que não criar expectativas
Era a melhor forma de não me frustrar.

Mas como viver assim?
Oca como uma arvore seca,
Vazia por dentro.
Sem nada sentir, 
Sem nada esperar?

Sentir o êxtase ao ver um sorriso,
Ao receber um abraço, um afago,
Ou uma simples mensagem,
Uma lembrança.
E fingir indiferença
Fingir que nada aconteceu
E que não dou pulos de alegria por dentro
Só de imaginar que você pensou em mim
Que me deseja,
Me admira e estima.

Dizem que os melhores poemas,
Os melhores escritos
Nascem da dor
Da perda, de um desgosto.

E como exprimir a dor de um amor contido,
Que morreu prematuro?
Que por várias vezes nasceu,
Renasceu e morreu por medo:
Medo de parecer ridículo, patético,
De não ser correspondido.

O que me restava
Era escrever essas cartas pra ninguém
Cartas que nunca seriam enviadas
E nunca seriam lidas
E tentar seguir em frente,
Com vontade de desaparecer no espaço momentaneamente,
Carregando o fardo de um amor que poderia ter sido e não foi".
(Natalia B.)

"Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas..."



"Quando estou em seus braços, 
Tudo ganha sentido
 E tudo perde a razão: 
Meu eterno paradoxo, 
Minha doce paixão.

Em seus beijos me perco 
E me encontro. 
Em seus olhos me vejo 
E com seu toque desapareço 
E num instante volto a existir, 
Radiante... 

Já desisti de entender 
O que sinto por você 
Quando te vejo me sinto frágil e forte, 
Melancólica e feliz 
E com a certeza de que te amarei até a morte".
(Natalia B.)

Todas as cartas de amor são ridículas...




"Naquela noite mágica 
A minha boca tocou na sua, 
A sua alma tocou na minha 
E me vi invadida por uma explosão 
De sentimentos, de cores, de vida. 

Seus olhos me enxergaram 
Profundamente 
Cheios de brilho, como estrelas 
E como foi doce vê-las tão de perto... 

Você nunca será de ninguém: 
É uma alma livre como o vento.
Mas aquele olhar, aquele momento 
Serão meus para todo o sempre."

(Natalia B.)

"Do primeiro rabisco até o bê-a-bá..."



"Seu jardim, 
A natureza, as flores: 
Toda beleza me traz você. 

Tudo o que sei
 E até a maneira humilde 
De buscar o que não conheço 
Foi aprendido em seu ventre, 
E com o amor com que você me acompanha 
E me faz enfrentar meus medos. 

Livre como o vento e a tempestade: 
Seu nome é verdade 
Em um mundo de mentiras e vingança 
A sinceridade em seus olhos e a luz do seu sorriso 
Me nutrem de esperança. 

Seu nome é amor: 
Com a firmeza das Deusas 
E a meiguice das fadas 
Você me gerou, me criou e 
Me enche e me encherá de orgulho
 Durante muitas eras". 
(Natalia B. - Sônia)