As folhas balançando ao vento
O barulho e o cheiro da chuva que viria
Traziam certa melancolia
A alegria do sol se foi
Estava por ora escondida
Neste céu cinza
Em que reflexões eram trazidas
"A felicidade estava dentro de você", diziam-lhe.
Mas ela se indagava por que este lugar era tão perto e tão longe...
E ela chorava sem saber por quê
E ao aperceber-se disto
Chorava mais ainda...
E desejava ter nascido fria
Sem se importar tanto
Não por não querer amar
Mas porque sofria
Sofria ao ver a dor
Sentia o que o outro sentia
Por vezes, cansada, se isolava e desaparecia...
Talvez em um outro lugar, em outra época
A vida seria menos árdua
E ela não carregaria todas as dores do mundo em suas costas pequenas
E ela persistia: vendo o que ninguém via
E sentindo dores que ninguém sentia...
Até que um anjo veio e disse:
"Não és louca, menina! A sensibilidade é uma dádiva, mas também um fardo, pois exige responsabilidade. Encontrarás tua felicidade na caridade".
E aquela solidão foi transformada em compaixão e alegria.
Pois agora ela sabia que sua lágrimas seriam transformadas em luz se assim quisesse.
(Natalia B. - Mediunidade)